sexta-feira, 20 de junho de 2008

SÚCUBO



Não sabes amor, a loucura que me cerca,

O pântano triste em que me movo.

Não sabes como serei arisco em te deixar,

Como um fogo fátuo que jamais pegará em seus braços,

Uma fadinha a tilintar em seus ouvidos sininhos de alegria,

Num bosque de noites de verão.



Sumirei entre nuvens, entre brumas,

Como uma miragem do deserto de nossas solidões,

Como um chuva de prata de uma Deus sobre você.

Serei apenas uma doce brisa a beira-mar,

Sonhando delirantemente em te amar.



Nada mais te entregarei senão sonhos!

Nada mais serei senão perfeição!

Nada mais alcançarei senão teus ouvidos,

Nada mais existirá senão minhas belas e doces palavras.



E cantarás odes a esse Deus como já fazes,

Esse Deus que só existe em seu bondoso coração,

Esse coração poético e jovem,

A quem não tenho direito de iludir muito tempo,

Somente o suficiente pra te dar alegrias e nada mais.



Vampirizo-te!

Amparo-me em ti sem ter esse direito.

E roubo seu coração da tua inocência,

Porque sofro com meus demônios,

Demônios que jamais me querem feliz.


A única coisa que quero realmente,

que um imenso mar me leve,

Me leve para seu fundo,

Escuro negro,

Onde eu nada possa sentir ou desejar,

E nem sei se afinal terei um último momento de paz,

Mas sei que tudo chegará ao fim, finalmente,

E não vou nem mais sorrir ou chorar.





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