sexta-feira, 13 de junho de 2008

Moral



Ai, essa minha moral!

Que nada aceita!
Que tudo rejeita!
Que tudo nega!
Tudo,
Atravessa!
Tudo contesta!
Onde pretende chegar?
Aos calabouços?
A inquisição?
Ao banditismo?
A execração?
A marginalidade?



Pretende chegar as transformações,
As mudanças de coisas velhas como a morte?
O que arde em mim?
O que me consome?
Porque minha revolta é tão grande?
Porque atropelo com meu corpo um trem,
Algo tão mais forte do que eu,
Que me esmaga todos os ossos, o crânio e minha cabeça



Porque só meu coração resiste nesta luta inglória?
Coração teimoso!
Que quer me ver como heroína,
Aquela que se come fria,
Depois de morta!



Eu sei o quanto
miserável sou,
O quanto sou nada!
E nunca voltarei a ser o que não sou mais!
E insisto em sonhar os mesmos sonhos,
Que tentam me matar!
Ou me arder em vida como fênix!
O que esses sonhos querem de mim?
Querem me eternizar entre estrelas?
Entre borboletas?
Entre letras?



Minha alma não se divide,
Porque meus sonhos só me levam pra um único caminho,
As estrelas,
As constelações,
As eternas brumas,
As ilhas por trás de brumas,
As ilhas do ouro,
Do ouro que brilhará eternamente,
Meu eterno sol dourado



3 comentários:

Diogo Melo disse...

Sonhos só deveriam morrer ao serem substituídos por novos e melhorados sonhos, e não, como normalmente acontece, devorados pela insaciabilidade do faminto monstro SIST.

Perséfone disse...

Quais são nossos maiores inimigos?
Os OUTROS?
O sistema?
Qual a pior de todas as batalhas que devemos enfrentar?
Qual a ultima e definitiva batalha, de nós humanos?

A batalha ontológica, aquela que definitivamente marcará o caminho,é a batalha contra nosso maior inimigo:NÓS MESMO!Sim definitivamente,enfrentar-se,encarar o espelho da alma,às claras,sem subterfúgios,com seu próprio olhar ou através do olhar do outro,há de ser o momento mais doloroso da existência,momento de morte,e de LIBERTAÇÃO!

Anônimo disse...

Todos sentem isso e muito mais...a verdade é aquela que não admitimos...sempre óbvia, porém complexa na sua viva experiência. Mas nossa rebeldia se funda basicamente na nossa impotência de lidar com o fim...com a morte...

André