domingo, 28 de fevereiro de 2010

FIRTH OF FIFTH

The path is clear
Though no eyes can see
The course laid down long before
And so with gods and men
The sheep remain inside their pen
Though many times
They’ve seen the way to leave

He rides majestic
Past homes of men
Who care not or gaze with joy
To see reflected there
The trees, the sky, the lily fair
The scene of death is lying just below

The mountains cuts off the town from view
Like a cancer growth is removed by skill
Let it be revealed
A waterfall, his madrigal
An inland sea, his symphony

Undinal songs
Urge the sailors on
Till lured by sirens' cry

Now as the river dissolves in sea
So Neptune has claimed another soul
And so with gods and men
The sheep remain inside their pen
Until the Shepherd leads his flock away

The sands of time were eroded by
The river of constant change

ESTUÁRIO DO QUINTO*

O caminho é claro
Embora os olhos não possam ver
O percurso foi traçado muito tempo atrás
E então com deuses e homens
As ovelhas permanecem em seus cercados
Embora muitas vezes
Elas vissem o caminho para fugir

Ele cavalga majestosamente
Passa pelas casas dos homens
Que não se importam ou contemplam com alegria
Para ver refletido lá
As árvores, o céu, o lírio formoso
A cena de morte está logo abaixo

As montanhas cortam a cidade de vista
Como um tumor de câncer removido por perícia
Deixe que seja revelado
Uma cachoeira, seu madrigal
Um mar do interior, sua sinfonia

Canções das Ninfas das Águas*
Encorajam os marinheiros a seguir adiante
Até serem atraídos pelo canto das sereias

Agora enquanto o rio deságua no mar
Então Netuno* reivindica outra alma
E assim com deuses e homens
As ovelhas permanecem em seus cercados
Até o Pastor conduzir seu rebanho

As areias do tempo foram corroídas pelo
Rio de mudança constante


sábado, 20 de fevereiro de 2010

ELOGIO DO PECADO

Bruna Lombardi


Ela é uma mulher que goza
celestial sublime
isso a torna perigosa
e você não pode nada contra o crime
dela ser uma mulher que goza

você pode persegui-la, ameaçá-la
tachá-la, matá-la se quiser
retalhar seu corpo, deixá-lo exposto
pra servir de exemplo.
É inútil. Ela agora pode resistir
ao mais feroz dos tempos
à ira, ao pior julgamento
repara, ela renasce e brota
nova rosa

Atravessou a história
foi queimada viva, acusada
desceu ao fundo dos infernos
e já não teme nada
retorna inteira, maior, mais larga
absolutamente poderosa.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

POEMA DO SILÊNCIO


Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.

Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.

Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
-Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!

Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...

O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.

Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!

Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.

Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!

Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.

Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!

Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.

Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...

Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...

Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.