sexta-feira, 14 de agosto de 2009

SÚPLICA

Miguel Torga

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu suplico...

Lucien D'Rubempré

h_cari_nho@hotmail.com

Perséfone disse...

Amor, suas súplicas me comovem ao ponto de desejar ouví-las infinitas e infinitas vezes, até que meu coração se despedaçe, em pequenos fragmentos que jamais se juntariam. Corro esse risco porque não há nada que eu mais deseje do que ouvir seu coração suplicando meu nome. Nenhum cânticos dos cânticos soaria em minha alma com tamanha intensidade e beleza, do que o som de suas voz falando meu nome. Neste momento eu que nunca fui, passaria a existir, pois seu olhar me encontrou.

Diogo Melo disse...

Desejo, ó desejos... que inflama e consome em chamas a fênix do ser, plantando em suas cinzas as sementes da renovação.