quarta-feira, 16 de junho de 2010

MORRER DE AMOR

te amo
assim quando nasces pela manha
limpo e leve
e se seca ao sol
que é mais luz que calor
te amo
e é como uma bola de pingue-pongue descendo pela garganta
mal consigo respirar
estremeço
olho pra você e penso: vou morrer de amor?


a tarde
já estas enfastiado do dia
e torces pra que chegue seu fim
te amo  e me enfastio também
vou assassinar o tempo
pra te libertar deste tirano
das tuas obrigações
pra que vagues livre
entre seus desejos


a noite
você é dono do mundo
e faz a roda girar
e alarga o tempo e faz crescer o seu espaço
eu choro
com medo de suas manias e de seus acessos
quero que me batas e tenha prazer com isto
mais e mais prazer
e se torne meu dependente químico
eu sinto prazer  na tortura, na entrega
na escravidão
lasciva passividade
absorta em ser sangue, verme, carne
no prazer de estar por um fio
diante da morte
e poder olha-la de frente
e rir
suavemente
sou mais forte que ti
por um fio
mas sou

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