sábado, 16 de janeiro de 2010

DO AMOR QUE SINTO



Há tantos dias vasculho minha alma sem respostas
Há tantos dias procuro você: Onde você está?
Há tantos dias você a meu lado e não me vias.
Hoje sentada em frente ao espelho perguntei: Ele me ama?
E o espelho respondeu: Fique em silêncio e escute o coração dele batendo.
Sim, eu procuro ouvir seu coração. Antes batia acelerado descompassado de emoção.  Hoje bate calmamente.
Acalme-se!, respondeu o espelho.
Hoje, reli um poema que ele me fez: "Um beijo nos seus lábios angelicais, e outro nos seus lábios infernais".
Não é mais o amante que vivia grafitando poemas nas minhas pernas.
Me sinto só, amando um sonho!

2 comentários:

samuca vaz disse...

INTERESSANTE MAS MUITO (EMO). SE FOSSE ALGO MAIS DIALÓGICO.

Perséfone disse...

Talvez este poema seja mais provocante para você, mas não menos "emo".

GREGORY

Adormeceu entre as pragas que lhe cercavam. Como em todas as noites, dormia sem sossego, sobressaltado à noite por mãos, espíritos que o perseguiam, e dizia que queria sua luz. Quando criança ardia em febre de medo, e corria para a mãe, que nunca lhe disse que o amava.


Nem mesmo quando uma paixão fugaz e terna batia sua porta, esses espíritos o deixavam em paz, e dizia que estavam querendo sugá-lo, pois sempre montavam à sua espreita, como se fossem ladrões de sua alma.


E ele acordava aos gritos, atormentado, como se uma metamorfose se processasse em seu corpo, deixando-o, exposto a todas as dores, em pele, em casca de insetos bezourentos, que zuniam sons mórbidos, sons da morte.


Não tinha envergadura, não tinha espinha dorsal, parecia estar em um colapso da alma. Não tinha aquilo que mantêm um homem em pé, quando vem o vento forte, já que qualquer brisa lhe derrubaria.


Não havia quem não percebesse sua loucura de longe, pois o rótulo lhe figurava no rosto: “Louco,indefeso”. Era uma figura magra, nada viril, quase anorexo, que se alimentava mal, para não dar asas aos seus prazeres. Rezava o tempo todo, não como um católico, mas um amante de paganismos, seitas xamânicas, e via sinais em todos os lugares, até mesmo num simples relato do clima.


No entanto, apesar dessa aparência frágil, causava nas pessoas uma compaixão sem tamanho, pois transpirava ternura. Que estranho contraste! Aquele inferno dantesco da alma, e seu olhar terno, como de uma criança,como se ainda não tivesse amadurecido, como se vivesse na tenra infância de sonhos.