Não há estrelas em meu teto,
Meus sonhos estão tão longe de mim!
E meus olhos cegos,
enxergam em mim o infinito.
O velho cego vê a idade da terra,
Passam-se eras geológicas, surge a vida,
Os homens e suas batalhas travadas através de séculos.
Ele vê impérios caindo,
impérios surgindo,
escravidão,
intolerância,
preconceito,
racismo,
desnutrição,
loucura...
As coisas irem e virem,
sempre neste movimento,
sem interrupção.
A consciência pesa em suas costas,
e o curva mais que os anos que tem.
O que ele pode fazer, um velho, tendo tanta consciência?
Ele anda com sua bengala, sobe morros de pedregulhos,
anda estradas até sua casa,
senta-se em sua cadeira como de costume.
Deixa a porta aberta,
e espera em silêncio,
aquela noiva que lhe trará sua eternidade.
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