Eu sempre fui um ser feita para amar.
Tudo me comove intensamente!
Até que me tornei mulher,
E vieram os homens.
E como poeta que sou,
Amor,
Meio louca, meio infantil, veraz, voraz,
Desperto tua paixão secreta.
E enfim posso declarar que nosso delírio é uma bruma discreta,
E você pastor do meu próprio ar.
E esse amor que sinto sem tino e vasto,
Não consigo conter em mim e solto a minha cadela e te atiço,
Solto em minha boca esse amor que se alastra ,
E corre seu peito e suas coxas,
E te deixa como um lobo em coração acelerado.
Muitas vezes encho teus olhos de luz e sou sua bailarina,
Que rodopia o salão de encantamento,
De lusco-fusco,sou uma lamparina,
Da química que nos une, sou um nobre elemento.
E um tango que toca na orquestra,
Me faz prender-me em teus braços ternos e apaixonados.
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