ELE
Ele me pede para entrar dentro dele quando me beija.
A gente se incendeia e deságua um no outro, inúmeras vezes
seguidas, até esgotar!
Ele abre a porta pra eu entrar. Eu entro, e me entrego.
Ele sabe os meus caminhos, não sei como, mas ele sabe.
Aí, a química! A gente se incendeia, o calor transpira a
água e a alma, a água evapora, e a carne frita. Depois o jorro esfria tudo, e a
gente se lava.
Ele faz poesia comigo, me come com poesia, comunga a minha
carne com a dele, meu sexo com o dele, deleite, o leite, deleito, o leito, a
paz. O seu sexo é a minha paz.
O falo, (reinvento minha falocracia), meu objeto de desejo,
esculpido na sua carne, traduzido em veias e músculos, em vida em sangue, em
poder, em consciência instintiva e carnal. Alimento da minha fome, que eu babo,
que eu como, que eu lambo.
Meu sexo, se abre, se dilata, se contrai e guarda, alimenta e sacia a fome dele.
Ele leão, ele
cachorro, ele sedento e faminto, VEM.
Eu leoa, eu cachorra, eu faminta, me abro. Abro minhas
pétalas, meus músculos.
Ele me abraça e absorve meu cheiro, e diz que meu cheiro
deixa ele doido. Ele ama toda a delicadeza e sensibilidade que há em mim, as
flores, a entrega. A entrega. Me diz que sou muito mulher. Isto é porque eu me entrego, me doou pra ele. Porque
ele sabe o que quer, o que quer de mim, e como pegar. Eu sou dele!! Inteira!!
(Nada é por acaso, e, também, só o acaso explica a gente e
nosso encontro.
A vida é contraditória e ri de quem deseja a linha reta.
As coisas se completam na sua contradição.
Permito-me ser toda contraditória. Sempre!! E rir da minhas
contradições.
Só aprende a viver quem sabe navegar por todos os mares, em
aspirais crescentes.)
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